segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mais que uma Confissão: um DesabafoO!


“Não se consolida uma democracia com muitos insepultos.” Essa frase foi dita por Amelinha, uma revolucionária torturada durante a Ditadura militar no nosso país. Esse período tão marcante da nossa história nunca deverá ser esquecido. Primeiramente, porque muitos brasileiros deram suas vidas e sangues por uma  sociedade melhor com igualdade e justiça garantidos a seus cidadãos.

“...Nas escolas, nas ruas, campos construções, somos todos iguais...” trecho da música de Geraldo Vandré que mostra que naquele período pessoas de diversas classes e grupos sociais lutaram pela democracia.

Com esses trechos convido-lhes a refletir sobre o momento que a UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará) se encontra. Muitas discussões estão sendo feitas desde os corredores até meios digitais, porém muitas dúvidas pairam sobre as cabeças de nós estudantes e da sociedade em geral. Discutir é essencial, no entanto medidas práticas e eficientes devem ser tomadas para evitarmos que a instituição se torne um campo de batalhas.

Embora o fato do novo modelo ter sido o estopim  das discussões, há  muita coisa errada na UFOPA:
1 – O AI-5 universitário instalado ano passado agride nosso direito de circular na universidade. Os estudantes não estudam só nos horários das aulas. Universitário necessita usufruir da instituição em tempo integral, uma vez que a produção de conhecimento precisa de muito esforço e tempo para ser realizada com primazia.

2 – A falta de estrutura, sobretudo no Campus Tapajós é totalmente vísivel. Banheiros não tem portas, salas só tem uma tomada, lâmpadas estão queimadas há bastante tempo. Além disso, têm banheiros que não fecham e que mal cabem uma pessoa. Não há bebedouros suficientes nos  blocos. No bloco de BSI existe uma geladeira que quase sempre está seca e, quando há litros, estes estão com água da caixa onde encontraram um urubu morto ano passado e, também, geralmente tá com gosto de sabão ou gasolina e náo existe copos descartáveis.

3- A biblioteca possuem muitos livros, entretanto estão desatualizados, obsoletos e velhos caindo aos pedaços. O pessoal de geografia até hoje não tem livros e eles entraram em 2009.

4- A falta de segurança é um fator muito sério que ainda não foi selecionado. Ano passado ocorreram inúmeras tentativas de roubo e estupro. A polícia fazia ronda mais esse semestre não a vi nenhuma vez fazendo a nossa segurança.

5 – A falta de transporte é algo que nos incomoda bastante devido termos que subir uma ladeira todos os dias para pegarmos ônibus.       

sábado, 19 de março de 2011

CARTA MANIFESTO “MOVIMENTO UFOPA LIVRE!”



À COMUNIDADE ACADÊMICA DA UFOPA

Prezados e Prezadas, 

            Estamos em um MOMENTO CRÍTICO na UFOPA. Nossa tão sonhada UNIVERSIDADE, que tem apenas “um ano” de vida, está sendo demandada pela sociedade. Vozes que ecoavam no âmbito da instituição agora ecoam fora (blogs, rádios, jornais, revistas e televisão). Após muitas divergências internas em torno da imposição de um Modelo Acadêmico apresentado veladamente como “inovador”, “flexível” e “interdisciplinar”, a realidade chegou a nossa porta com uma grande sobra de vagas, que demandou diversas repescagens e desmoralizações.

Quem não se lembra da euforia manifestada por e-mails divulgados pela Reitoria em NOVEMBRO DE 2010?

Vejam a vitória de todos nós na divulgação da UFOPA e na implantação do novo modelo acadêmico. Há inscritos de todo o país e 98,74% são do Pará. E não se inscreveram para determinado curso, mas para a UFOPA, em seu novo modelo acadêmico” (Ramalho, R., Pró- Reitor de Ensino, 11/2010).

 “Isso mostra que o Brasil e o Pará aprovam o modelo acadêmico da UFOPA. Significa a credibilidade institucional que tem como base a credibilidade das pessoas que fazem a UFOPA, docentes, técnicos, estudantes e administração sob a liderança do reitor José Seixas Lourenço. Mostra que as pessoas estão dispostas a ajudar a inovar na educação superior. Estão dispostas a buscar resultados melhores do que temos com os modelos acadêmicos das atuais Universidades. Todos estamos acreditando que é possível um mundo melhor e que para isso deve ser cultivada a cultura da aprendizagem na universidade” (Queiroz A., Pró-Reitor de Planejamento, 11/2010).

 “Senti-me muito emocionada em ver que esta universidade, com a inovação a que se propõe está sendo referendada pelos jovens. Afinal de contas é o público a quem nos dedicamos a servir. Primeiramente, é espetacular ver o número de inscritos; é tranqüilizador ver que a quase totalidade é do Pará; especialmente reconfortante é ver o volume de municípios envolvidos além de Santarém; mas é fantástico se ver quase todo o país presente!” (Faria, D. Diretora do CFI, 11/2010).

            Em uma matéria amplamente divulgada pelo “Jornal da UFOPA” (nº 1/Dezembro/2010, p. 4), registrou-se também que a “UFOPA recebeu 17.585 inscrições para o seu primeiro processo seletivo, que utilizou a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para o preenchimento de 1150 vagas. O texto informou ainda que o “Pará apresentou o maior número de inscritos por estado com 17.365 inscritos”. Na ocasião, o Pró-Reitor de Ensino, Prof. Dr. Rodrigo Ramalho, depois de ressaltar que 98,74% eram candidatos do estado do Pará, prosseguiu afirmando que “estamos construindo uma universidade federal voltada para atender às demandas de desenvolvimento regional”. Está se vendo...!

            Contudo, diante do não comparecimento da maioria absoluta dos calouros na primeira convocação, forjou-se a explicação de que isto já estava previsto e que o não comparecimento se deve ao fato de a maioria dos aprovados serem de fora do Estado e, por conta disso, fizeram outras escolhas. Daí já estarmos em uma quinta lista de convocação e vagas continuam sobrando. E não estamos falando de uma instituição privada de ensino superior, sim de uma FEDERAL... Mas tudo está em conformidade com a lógica de um discurso para cada ocasião.

            Este resultado desastroso para a UFOPA já a muito tinha sido anunciado, mas não por eles, como se percebe nas avaliações citadas acima. Estudantes e professores doutores e mestres, muitos formados em centros de excelência na Amazônia e no Brasil, posicionaram-se com muitas reservas em relação ao “Modelo Acadêmico” proposto pelos Gestores da UFOPA. Mas todos contrários, de imediato, foram publicamente desqualificados como “ultrapassados, radicais, loucos”. Muito se fez no sentido de chamar a atenção dos Gestores Nomeados para o quanto este Modelo Acadêmico estava (e continua estando) na contramão da História e que não atende às demandas do mundo contemporâneo que EXIGE formações disciplinares sólidas para um profícuo e eficaz diálogo interdisciplinar. 

             E agora? Vejam o que fizeram com a nossa UFOPA, com nossos projetos profissionais e acadêmicos, com o futuro de jovens estudantes. Jogaram o nome da UFOPA no descrédito, desmoralização perante a Sociedade. BASTA! Temos que defender o nome da Instituição. QUEREMOS NOSSOS SONHOS DE VOLTA. A construção de uma VERDADEIRA UNIVERSIDADE: formação sólida, de qualidade (ensino, pesquisa e extensão) pública, proba, ética, responsável, verdadeiramente integrada às reais necessidades regionais de sua população, que respeite a vontade dos educandos/das, dos povos da Amazônia. 

            CHEGA de discursos com idéias pseudo-científicas e pseudo-pedagógicas que ainda sustentam um pensamento nefasto de que os Amazônidas não possuem conhecimento e que aceitam qualquer Projeto mirabolante. Não! Os jovens, a sociedade e povos da região já deram sua resposta, afinal, sua história de luta por uma vida digna e por respeito aos seus conhecimentos é secular, milenar e sabem muito bem identificar um discurso colonizador. Não vamos nos esquecer de CUIPIRANGA, foi bem aqui do outro lado do rio! Sua memória ainda ecoa no meio da mata e entre as águas do Tapajós. Somos os Novos Cabanos!
 
ESSE MANIFESTO TRADUZ TODA A NOSSA INDIGNAÇÃO. CHEGA DE TANTA DESMORALIZAÇÃO DA UFOPA!  QUEREMOS UMA UNIVERSIDADE QUE NÃO SIRVA APENAS PARA ALIMENTAR ENGANOSAS ESTATÍSTICAS GOVERNAMENTAIS! LIVRE DOS INTERESSES IMEDIATISTAS DO MERCADO, DO DISCURSO NEOLIBERAL E DO CAPITAL PRIVADO! LIVRE DO AUTORITARISMO E DAS HISTÓRICAS ESTRATÉGIAS DE IMPOSIÇÃO DE PROJETOS EXPERIMENTAIS IMPLANTADOS DE “CIMA PARA BAIXO”!     

QUEREMOS PARTICIPAR DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA, DE QUALIDADE E PARA TODOS! QUEREMOS NOSSO SONHO DE VOLTA!


Ufopa: Reitor se irrita com protesto e interrompe aula inaugural



Não teve fim a aula inaugural da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) nesta sexta-feira. O reitor pro tempore, Seixas Lourenço, vetou a fala do Diretório Central dos Estudantes (DCE) que protestava contra a falta de democracia na Universidade. Também estiveram presentes estudantes e professores do Movimento Ufopa Livre!

No fim da tarde desta sexta-feira, os manifestantes se concentraram na frente do hotel Bullevard, local alugado em Santarém para a aula dos estudantes recém-ingressos e onde ocorreria a aula inaugural. Houve tumulto quando um estudante vestido de frango tentou entrar nas dependências.

Ao entrarem no auditório do evento, os manifestantes ficaram em silêncio, mas ficaram com as bocas amordaçadas. Um grupo tentou negociar uma fala de 3 minutos do DCE, o que foi negado. Os manifestantes se deslocaram até a  frente ao palco, com faixas abertas e ainda em silêncio.

A professora Fátima Matos, ligada à reitoria, ainda tentou organizar um “Ih, fora” contra os manifestantes, quando o reitor nomeado, Seixas Lorenço, cancelou a cerimônia e responsabilizou o protesto.

Uma assembleia estudantil teve início no interior do Campus-hotel, mas sons extremamente altos foram ligados, forçando a retirada dos estudantes para a frente do hotel, onde a assembleia foi concluída.

A evidente falta de democracia na Ufopa se aprofunda a cada dia.

Fonte:http://movimentoufopalivre.blogspot.com/2011/03/ufopa-reitor-se-irrita-com-protesto-e.html

Primeira Aula Magna da UFOPA é marcada por protestos

A Aula Magna foi marcada por muitas emoções. Quando soube que haveria protesto, pensei que ocorreria apenas faixas ou uma manifestação simples. Mas quando os alunos participantes do DCE adentraram o auditório percebi que a noite prometia. Ele s entraram com faixas e máscaras deixando todo mundo, sobretudo, reitor e calouros surpresos.
Quando chegou a hora de cantar o Hino Nacional eles o fizeram com muito fervor chamando a atenção mais uma vez.
Teve um momento de muita emoção e vontade de dançar minsturado com o orgulho de ser da Amazônia quando Nato Aguiar cantou. Foi demais, uma música levantou todos e ele foi muito aplaudido na mesma proporção que se ecoava frases como: "Democracia" , "Diretas Já" e "Ih Fora".
A palestra não ocorreu devido ao cancelamento repentino da Aula por razão do protesto.
Gostei da Aula. Acho que a Universidade pode ter muitas outras, mas essa foi singular e inesquecível.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Aula Magna para os calouros 2011

Será realizada nesta sexta-feira, dia 18 de março, a Aula Magna da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), que será ministrada pelo Prof. Dr. Armando Dias Mendes, com o tema “A Universidade Amazônica do Século XXI”. Destinada à recepção dos novos acadêmicos, a solenidade será presidida pelo reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço, e contará com a participação dos pró-reitores e diretores dos institutos que compõem a universidade.(Fonte: www.ufopa.edu.br)

sábado, 12 de março de 2011

Manter a Universidade Pública com seu papel emancipador, voltada a discutir a tese da exclusão social, da distribuição de renda irracional em nosso país, é um grande desafio. Nosso contexto é de globalização da economia e ao mesmo tempo de individualismo.

terça-feira, 8 de março de 2011

Interpretando Camões

O Vestibular da Universidade Federal da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões:
‘Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer ‘.
Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação:
“Ah, Camões! Se vivesses hoje em dia, tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos e Prozac para a depressão.
Compravas um computador, consultavas a Internet
e descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo !’
A Vestibulanda ganhou nota DEZ, pela originalidade, pela estruturação dos versos, das rimas insinuantes e também, foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos,  alguém desconfiou que o problema de Camões era apenas falta de mulher.(Fonte: http://www.zedudu.com.br/)
UNIVERSIDADE FUTUROLOGISTA OPERACIONAL DO PARÁ – UFOPA

Gilson Costa#

Nada como o mundo real, nada como a vida real. Para mostrar a realidade, realmente, para quem não quer ver (redundante, propositalmente). Segue uma pequena reflexão. Não se aborreça, prometo ao leitor ou leitora que ao final irá ter um momento de riso, relaxar. Primeiro.
Leitor, leitora, preste atenção: Não é qualquer Universidade, uma dessas UNIESQUINAS da vida, que está “mendigando” calouros/as para preencher suas vagas 2011. Não, é uma FEDERAL! PÚBLICA! Porém, “INOVADORA!?” Inovadora que o desastre está aí. Avisamos...
Os calouros e suas famílias, obviamente, estão preferindo se inscrever na UEPA, e nas particulares, por quê? Além da bolsa, têm certeza que sairão de lá com uma FORMAÇÃO PROFISSIONAL em ALGUMA PROFISSÃO (novamente redundante, propositalmente), de qualidade ou não, pode até ser questionável, mas diante da UFOPA que temos, tenho cá minhas “dúvidas”. As famílias e seus calouros/as querem ter um razoável grau de certeza. Portanto, desejam que os seus saiam com um diploma em uma formação que tem validação no mercado de trabalho. NÃO QUEREM AVENTURAR, passar cinco anos para sair com uma deformação transgênica pseudo-interdisciplinar, um diploma que indica que saiu da UFOPA com uma possível resposta, honesta, a quem perguntar sobre sua formação/profissão: "sou formado em alguma coisa, parecido com algo qualquer, que me preparou pra qualquer coisa, inclusive pra ser o que eu não sei o que sou mesmo!" Ao terminarem seus cursos, nossos meninos e meninas vão entrar em crise, bem, os que resolveram entrar nessa aventura e seguirem até o final. Outra opção, que se diga, para os/as/ calouros/as, suas famílias e nós docentes e técnicos, será se juntar e avançar na proposta de um projeto, programa, ALTERNATIVO: A universidade que queremos.   
Caros, sinceramente, os estudantes e suas famílias são coerentes, as elites ricas, e principalmente, os trabalhadores, não podem se dar ao luxo, diante da gigante crise econômica que se avizinha (incluindo a resolução do Governo Federal de cortar R$ 50 Bilhões no OGU de 2011, suspensão de concursos, novas contratações e editais, etc.), arriscar a formação e a vida futura de seus filhos e filhas. Ninguém quer ser objeto de laboratório, grupos de cobaias, fazer parte de experiência menguelista, pseudo-educacional. Eu, professor dessa universidade, UFOPA – que bem poderia ser chamada de UNIVERSIDADE FUTUROLOGISTA OPERACIONAL DO PA – UFOPA, não indiquei a UNIVERSIDADE FUTUROLOGISTA OPERACIONAL DO PARÁ, ao meu filho, ele passou no vestibular 2011, da UFPA, em Belém.
Ninguém, de fato, sabendo qual é o projeto de formação que lhe espera, nem uma família sã, vai querer essa mistura – rala-salada-maníaca de áreas disciplinares, profissões, ciências, que possuem status, categorias, objetos, marcos científicos, bem distintos e/ou em elevado grau de distinções entre si. É preciso, necessário, fundamental, lógico, uma formação específica e integral, que seja universal, porém que aprimore o indivíduo, nossos jovens, em uma formação específica, concretamente, para ir disputar uma vaga real no mercado real de trabalho. Pronto.
As pessoas reais, na vida real, vivem como ela é de fato, portanto, querem um diploma que permita se inscreverem em suas respectivas ordens/conselhos/categorias/sindicatos/associações profissionais...Objetivam fazer concursos e trabalhar como: ADVOGADOS, PEDAGOGOS, HISTORIADORES, MATEMÁTICOS, FÍSICOS, BIÓLOGOS, QUÍMICOS, LINGUISTAS, FILÓSOFOS, ENGENHEIROS, GEÓGRAFOS, ANALISTAS DE SISTEMAS, etc., porém, com uma formação geral, universal, culta, que lhes permitam viver e ter o prazer de dialogar com distintas formações, culturas, modus operandis da e na vida moderna, com tudo que se exige para assumir uma posição profissional, social, econômica, política, filosófica, etc. Esse modelo acadêmico da UFOPA, não é interdisciplinar, sim uma fraude, uma aberração, no mínimo um grande equívoco inexplicável!
Por que será que a UFOPA, não conseguiu preencher suas míseras 1.200 vagas em cinco chamadas? SERÁ QUE A ELITE, E TODO MUNDO ESTÁ ASSUSTADO COM O MONSTRO QUE ELES CRIARAM? Olha o desespero dos mentores do monstro. Pensam que as pessoas são tolas? Não, os amazônidas, caboclos/as, são muito sábios, vivem aqui, VIVEM, MORAM. E os que adotaram essa região pra viver, trabalhar, ser feliz, também não são nada imbecis. Não!
A direção da UFOPA vai ter que recuar, rever o projeto deles, abrir diálogos conosco, a comunidade acadêmica, os movimentos sociais, a sociedade da região. A  vida social se faz de forma coletiva, não se pode, nunca, querer impor um projeto de universidade com tamanho grau de risco, incerteza, laboratório aberto, e dizer com isso que é "inovação educacional", etc.  A USP, UNICAMP, UFPA, UFMG, UFRJ, UNB... HARVARD, BERLIN, BONN, PARIS, CALIFORNIA, SORBONNE, PRINCETON, LISBOA, QUEBEC, CUNY, MADRI, BARCELONA, etc., não são assim. Se as melhores e maiores UNIVERSIDADES do país e do mundo, NÃO SÃO UFOPIANAS, porque justamente nós, os povos da Amazônia e os que estão aqui e vieram para construir suas vidas e a região, mais uma vez, vamos ter que “sustentar”, “agüentar”, “vivenciar” esse modelo esdrúxulo: menguelista-pseudo-educacional?! Não somos cobaias intelectuais para quem vem nos colonizar! Existem, ao menos, três excelentes centros na Amazônia, que já possuem tecnologias mais que testadas para nossas realidades (NAEA, INPA, GOELDI), não precisamos dos velhos de Brasília pra nos ensinar. Ademais, estamos há 12 mil anos por essas bandas! Arqueologia está chegando perto de descobrir que talvez mais!
Iremos “aceitar”, novamente, os projetos mais mirabolantes, destrutivos social, econômica, cultural e ambientalmente para e na Amazônia? Já não nos bastavam/bastaram às experiências de “desenvolvimento” do “progresso” das “inovações” via “Aliança para o Progresso”, os Programas e Projetos como PND, PIN, desde os resultados e financiamentos da SUDAM, BASA e BNDES que datam da era militar e/ou antes? Não se lembram dos estragos, do ponto de vista social, econômico, cultural, ambiental? Projetos materializados na Transamazônica, Carajás, Serra Pelada, UHT, BALBINA, JARI, etc., por exemplos? E agora com o fabuloso PAC I e PAC II, do Governo Lula/Dilma: Belo Monte, Complexo Hidrelétrico do Tapajós-Arapiuns-Jamanxin, BR-163, IIRSA e Pólo Agropecuário, Concessões Florestais Públicas (leia-se: destruição, entrega do patrimônio dos amazônidas às madeireiras!), todas as demais intervenções desde Brasília? Melhor, do Banco Mundial, do Fórum de Davos, da OMC, do FMI, megas-multis-transnacionais, incluindo, “nossas” “queridas” Vale, MRN, Cargill, Alcoa?
Então, a UFOPA, é só mais uma Universidade Operacional Futurologista. Criada no Oeste do Pará para a demanda do “futuro” (sim, há pessoas videntes, cartomantes na UFOPA, “cientistas-futorologistas”, com publicação e tudo, acredita?! Capazes de se orgulhar disso). Sim, no presente, já sabemos que esta é uma fronteira aberta a gana do capital, da burguesia e seus sócios, aqui está em curso um franco processo de faroestização! Está nítida para nosso povo a exploração: as mineradoras estão aí, as madeireiras, as hidrelétricas, os sojeiros, etc.
Bem, porque reclamar disso? Bem, essa é a realidade, e nem pra essa realidade presente, de um capitalismo tosco, grosseiro, rudimentar, indústrias de pequena ponta tecnológica, etc., a UFOPA, com a atual Estrutura Acadêmica serve melhor ao próprio capital. É lamentável que nem aos seus adestramentos previsíveis, melhor o fazem aos nossos jovens trabalhadores da Amazônia, nestes tempos de “tudo pós”, era “pós-fordismo” (mas nem tanto, aqui principalmente, onde ainda há inclusive trabalho escravo – coisa pré-capitalista!), “pós-toyotismo” (muito menos, esse sim, se aqui nem bem capitalista é na íntegra, há apenas alguns “enclaves” industriais e rudimentos de capitalismo-escravista, etc.). A quê/quem mesmo serve?!  
Bom, não vamos tirar todos os “méritos”. Tudo o que esse modelo acadêmico imposto na atual UFOPA, quer de fato, construir um ser super-hiper-alienado. Onde educandos/as, devem ser adestrados para caber no exato modelo para o mundo do “novo industrialismo”, que requer a reestruturação produtiva do capital, assentada na tecnologia informacional, compulsão informacional, no modelo biotecnológico, seja mega e/ou nano, mercadológico, galopante, trabalhador-multifuncional, no modelo “pós-humano”, que precisa cada vez mais devorar os homens (proletários), e os recursos naturais, os ecossistemas e todo o conjunto da biosfera e destruir mortalmente os ciclos biogeoquímicos e climatológicos do planeta. Mas, incrível, nem isso eles estão conseguindo, realmente. Pois, os dados mostram que nosso povo não é tolo, que os/as calouro/as não se inscreveram e/ou os que entraram, logo perceberão onde caíram.
Pensemos sobre isso, o que está em jogo é mais do que nossos empregos, nossas vagas, novas vagas, novas possibilidades para a juventude, nossa universidade, muito mais do que a aparente superfície nos mostra agora, mais nitidamente aqui no Oeste do Pará, na UFOPA. Óbvio que temos e devemos defender nosso direito ao trabalho, emprego, remuneração justa, concursos novos, mais vagas, etc. Mas só conseguiremos organizados, lutando juntos. Devemos sim, nos organizar ainda mais, lutar ainda mais, juntos com outros movimentos e povos, entidades, companheiros/as, e/ou então poderemos sucumbir junto com essa avalanche desmoralizante que a burguesia, através de seus articulistas, capachos, traidores... Nos impuseram, desde Brasília. Ainda mais virá, e de forma mais destrutiva sobre nossas vidas, nossas esperanças. Mas de fato, o que de forma mais imediata nos cabe lutar, é defender: uma UNIVERSIDADE DE VERDADE, que atenda concretamente à Amazônia, seus povos, e interesses, que fatalmente estão ligados às nossas vidas, de outros e outras, nossos sonhos.
Um último registro, não somos contra a interdisciplinaridade, sim essa pseudo-interdisciplinaridade que aí está, particularmente encravada no CFI, que se arroga ser o lócus, mater, inicial e fundamental para se introduzir, exercitar, tal mal fadado modelo Frankenstein.
Quer saber, de verdade? A juventude tem que agarrar em suas mãos e sacudir essa História! Pois, como bem lembra o poeta Maiakovski: “O tempo é roído por vermes cotidianos. As vestes poeirentas de nossos dias cabem a ti, JUVENTUDE, SACUDÍ-LAS.”
Bom, depois dessa longa nota, vamos rir um pouquinho, preparei uma pequena alegria para não termos que apenas chorar. Vamos lutar, juntos, com todos e todas que queriam mudar o que está posto/impuseram, até então, mas antes, também merecemos rir um pouquinho. Veja:

 
S. D. A. R. etc., Os/as sábios/as...
Pensam que calouro é ASSIM?!
ESTÃO ENGANADOS, LOGO, isto sim, VÃO VER:    
SAPINHO VIRANDO JACARÉ!!!
GATINHA virando ONÇA!!!
VÃO SER ENGOLIDOS.


Entrando na onda da "UFOPATRANSGENIA”, logo vamos ter professores-pesquisadores, com seus/suas bolsistas de iniciação científica, sendo obrigados a produzir “espécies novas”, transgênicas, como a: Cacauviola” (Theobroma muricata?).
Pensando em como seria esse futuro, aí me vi nesta condição de pesquisador para o mercado de alimentos ávido por “novas”, “excêntricas mercadorias”. Então resolvi, já que existe de tudo, e se pode tudo, inclusive praticar abertamente a futurologia interpolitransdisciplinar, sonhar com esse futuro.
Veja então o que eu me apanhei “apresentado em 2019”:
* Pesquisador Dr. Gilson Costa, Eng. Agrônomo da Universidade Futurologista Operacional do Oeste do Pará - UFOPA, orgulhosamente apresentando uma nova espécie criada pelos experimentos interdisciplinares, da mais sofisticada tecnologia produzida nesta instituição de renome internacional, a fantástica planta, que produz ao mesmo tempo cacau e graviola, além de não ter sementes (a nova espécie foi patenteada pela UFOPA), se chama: Cacauviola” (Theobroma muricata?). Um feito e tanto neste ano de 2019, comemorando os dez anos da Grande Instituição. Viva!”

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dia 28 de Fevereiro de 2011 começou as aulas dos calouros-cobaias e dia 01 de Março de 2011 dos veteranos. Quando cheguei no campus Tapajós, tive uma esperança de que a UFOPA terá uma estrutura decente. Ah! Hoje saiu a lista da sexta chamada e acho que vai ter a sétima.